quarta-feira, 12 de outubro de 2016

"Herança da incontestação"

Os anos passaram como a leveza do dia,
O passado ganhou contornos de lembrança,
O interregno esventrava a esperança...
No presente abstracto, instalou-se a distância.

Separados por consciências militantes,
Vozes em uníssono, pulmões gritantes,
Exalam e promovem história cultural
A verdade do "porque sim"... 
É incontestada herança universal.

Nossas mentes geraram o motim!
As alcoviteiras de janela se deleitavam,
Advogados de acusação e meretrizes.
Anarquistas emocionais, contra fiel amor... Blasfemavam!

Exilaram-te do meu mundo,
Da minha cintura teus braços retiraram...
Teu coração do meu peito,
Com brutalidade arrancaram...

Abandonaram-no à sua pouca sorte,
Moribundo, mal nutrido, devastado...
Baptizado pelas trevas e perdido,
Como criminoso à eternidade, condenado.

Um Amor supremo e delicado,
Semeado pelo vento e pelo acaso
Em peitos férteis, a dolorosa colheita,
De um fruto proibido... e amaldiçoado.