segunda-feira, 29 de agosto de 2016

"Habeas corpus"

Não condenes as suas escolhas por favor...
Tomadas por entre medos e mágoas,
Ambos padeciam de contaminado Amor.
Já nada vos tinha para oferecer!

Tudo realmente seria lógico prever...
Coração de ambos seria cruelmente amputado,
Demorada recuperação prometida...
Cicatrizes gangrenadas... Por fim, a alma perdida.

Deambulava sozinha...
Presa num inferno de quem já não pode amar,
Redefinir sonhos... Isola-los... Retirar-lhes as asas,
Para não mais poderem voar!

Engolir a fome da tua voz...
E a inexperiência de sem ti viver,
Profanaram a sanidade restante,
Uma tentativa quase falhada... De se erguer.

Tantas vezes ela batalhou...
Contra a vontade desenfreada,
De esquecer tudo... E para ti voltar,
Mas esta talvez tenha sido a prova maior...
Do verbo supremo e arrebatador...
Amar.

domingo, 28 de agosto de 2016

"Devassa rainha"

Rainha devassa a noite...
No silêncio provoca ruidoso burburinho,
Onde a tua voz... Se evidencia imponente,
Seduz-me, prende-me... Abruptamente!

Ouço-te como a clareza do amanhecer,
Vejo-te com toda a nitidez.
Tão real, que ali fico... A um passo de p'ra sempre perder...
O princípio que me tolda a vida... A sensatez.

Rainha devassa essa que convida,
O coração a tomar seu exército,
Sangrento confronto com a mente, alicia.
Anseia por diversão apenas... E pouco mérito.

Será que quando as trevas te tomam
Sou constante em teu pensamento?
E em teus olhos... puros cristais se formam?
Farás tu da memória viva... Espiritual alimento?

Que o Sol seja os meus braços em ansiado abraçar,
Que o silêncio te traga da minha voz perpétuo ecoar,
Encontra-me em cada estrela... Em cada luar...
Mas leva-me contigo... Em ti... P'ra qualquer lugar!

domingo, 21 de agosto de 2016

"Perdidos e achados"

Abre cuidadosamente o fecho éclair,
Num suave e desejado deslizar...
Retira-me o vestido suavemente,
Enquanto me beijas... Uma, e outra vez... Provocando-me o fervilhar.

Percorre todo o meu corpo...
Contempla-me como se da última vez se tratasse...
Quero ver os teus olhos a incendiar!
Perde-te em mim... que eu anseio tanto por te encontrar!...

A emoção é nossa mensageira,
E sorri para nós vitoriosa,
Que juntamente com a Lua... A sua conselheira...
Conspiravam com o destino de forma gloriosa.

E finalmente eis-nos aqui!
Um no outro perdidos... mas encontrados,
A uma verdade que nunca deixou de existir rendidos,
Tu e eu um pelo outro eternos apaixonados.
Pelo destino, pelo cosmos, um ao outro...

Devolvidos.

sábado, 20 de agosto de 2016

"Palermas em ruína"

Não consigo identificar,
O momento onde o tempo nos apartou,
Foi o presente envenenado do passado...
O ideal de futuro completamente defraudado.

Gratuitamente destruímos,
As nossas ambições, sonhos e a vontade...
O amor outrora por nós construído...
Hoje refém da impossibilidade.

E aqui permanece,
Mas masmorras da minha memória...
Nos calabouços do meu ser!...
Aguardado ínfima oportunidade,
De tamanho amor... o reviver.

Como nos perdemos tão facilmente?
Que fragilidades não conseguimos nós suportar?
E ruíram assim...ruidosamente.
Dois palermas que se diziam amar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

"Complexa simplicidade"

Sorri para mim,
Desarma-me com esse teu "sem jeito",
Faz-me abandonar a razão...
Não será nada que já não tivesses feito.

Não me permitas dúvidas,
Diz!...Age!... por favor! Esquece as entrelinhas!
Amor é o que parece... É o que é!
E jamais se deixa de sentir ou se esquece.

A verdade do Amor,
É quando não conseguimos justificar,
Que apesar de ter todos os motivos para não o fazer...
Não é uma hipótese...  deixar de amar!

Apenas se ama.
Num todo... intensamente.
Sem argumentos,
Sempre!... Sem pausas. Incessantemente.

É a complexidade...
De duas almas que se desejam,
Que não conseguem gerir a simplicidade,
Do sentimento que partilham.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

"Deixa-nos ser"

Deixa-me adormecer,
Entrar no reino dos meus sonhos,
Onde tu me aguardas ansioso...
Despido de dogmas... apenas tu e a tua pele... pronto para me receber!

Não existirá Amor Maior...
Sente-o... sente-me... Sou eu!
A tua menina já crescida,
Pronta para ti, aqui, agora... decidida.

Encontrada,  plena, completa mesmo sem ti.
Para além do tempo... Do etéreo...E da vida! Tanto te quer...
Vem... Toma-me, exige-me!...
Deixa-me ser! Peço-te!... Deixa-me ser!

Aquela que te devora com paixão,
Que beija cada ruga nova tua...
Que ruge ferozmente, para tua protecção!
Que lambe a tua dor com toda a devoção.

Não penses muito!! Não penses sequer!!
Deixa fluir apenas...Eu prometo...
Não existirá Amor Maior...
Do que aquele que sempre existiu... E que nos esforçamos por perder...

Mas continua presente,
Como um espírito vivo
Que deambula... Para trás... Para frente...
Assombrando a nossa mente... Constantemente!

E consome-nos... E juntos ardemos...
Mas não queremos assumir...
Libertar ou consentir,
Que o divino monstro permanece em nós, e aguarda a oportunidade de finalmente surgir.

Deixa arder...
Que a brisa que passa pelo meu corpo seja a tua respiração...
Que as vozes que se ouvem... sejam a nossa num misto de gemidos e arfares...
Deixa-nos ser.... Peço-te!... Deixa-nos ser!

Não existirá Amor Maior...
Mesmo que nunca mais me voltes a tocar...
Não será isso que te trará irrefutável inocência...
Somos espírito uno!... E o desejo nutrido,
De um Amor Maior...

A consequência.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"Fingimento"

Despedaça-me a alma,
Fingir que o meu espírito não te conhece,
E de um modo teatral,...
Assumir toda uma indiferença intransigente!

Esquecer a cumplicidade...          
subtrair tempos de amizade,
Somar fingimento,
Representar esquecimento!...

E se eu estiver saturada?
E se para mim já nada disto fizer sentido?
Continuarás a encenar que me és mero desconhecido?
Poderás ao menos fingir... que te importa o que sinto?          
                                         
Não te é doloroso?!
Ignorar a magnitude do passado,...
E como se fosse algo vergonhoso,
Rejeitar memórias...repelir vivências,
E fazer da repulsa, fiel aliado!...

Lamento a minha promiscuidade inexistente...
Tal como a minha incapacidade te assumir enquanto vulgar...
Mas não vou mais omitir,
Que embora de um modo diferente...

Jamais deixei de te amar!

sábado, 6 de agosto de 2016

"Amor ligeiro"

Amor ligeiro esse que apregoavas
De falso fundo e inconsequente,
Tantas juras e pedidos me fizeste!
E hoje nada honras...tudo em ti me mente!

Em que dos outros és diferente?
Outros que iludem, enganam e magoam?
Espera...!ahhh!!!!Nada!!!Nada.... Rigorosamente!!!
E todos vós ainda dignidade evocam!

Não és mais sedutor,
Tampouco mais inteligente...
A conquista barata é apenas um penso rápido...
Para quem se depara com o ego cronicamente doente!

Que percebes tu de Amor?...
Em contrapartida, dominas o egocentrismo...
Não existe outra forma deste tema expor...
E!...que se f*** o eufemismo!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

"Perfeição"

É algo que nos rouba o pensamento...
Leva-o para longe e não o traz de volta,
Leva-o para o espaço,
E prende-o no firmamento!...

Oh perfeição, perfeição...
O que és? O que és?...
Serás um sonho eternamente belo?
Doce e singelo?

Oh perfeição, como me causas tamanha irritação!
Com esse teu lado... imperfeito!
Porque em vez de chorar, sorris feita louca?.
De que ris? Se a minha alegria é pouca?...

De gargalhada fácil e beleza divina,
Jamais os seus lábios uma lágrima provaram...
No calor do momento... impávida reacção
Zela pelo equilíbrio e parca emoção.

Mas no entanto...

Se a sensibilidade emocional for permitida,
Apenas ao ser mais imperfeito viver ...
Então eu perfeitamente imperfeita...
Gosto muito de ser!

"Obrigada"

Minha face entre tuas mãos
Abracaste-me com o teu olhar,    
Tuas palavras jamais esqueci
-Respeito te muito sabes? Soltaste
E voluntariamente doei- me a ti.
          
Do teu amor tinha sede
Das tuas palavras fiz alimento,
E quando em mim te fundiste...
Quase explodi de contentamento.

Que mais eu poderia te oferecer?
Que prova mais poderia eu dar?
Tudo o que tenho é este humano corpo,
Que anexa velha alma...ansiosa por te amar.

Obrigada por tal intensidade,
Por também me amares e deixares viver,
A mais bela das histórias de amor...
Que toda a mulher sonha poder ter.

"Amor"

Algures neste mar de asfalto,
Com a lua como testemunha,
Por amor perdi me e não mais me encontrei.
No teu peito dei à costa,

Quando por ti me apaixonei.
Oh paixão que me consumiu...             
Se o amor é fogo que arde sem se ver,
Terá sido esta a eterna chama
Que em pó me reduziu.        

Quem nunca por amor sofreu...
Certamente nunca irá perceber,
Que quando o amor nos toma o propósito,
É exactamente aí!...Que se começa viver!

"Arquétipo do vulgar affair"

Tinha critérios rigorosos,
Para escolher uma mulher
Não podia usar vernizes horrorosos...
E vestir uma burka... para mais nenhum a poder ver!

De preferência: não muito inteligente!
Que não fale alto, e não seja vistosa,
E ai dela fazer lhe frente!...
Se a mesa a horas não estiver posta!

Sendo alma tão selectiva
Não sei como não ficou desnutrido,
Pois só aceitava loiras e morenas...
Que comprovassem ter umbigo.

Sem limite de idade em seu manifesto...
Concurso abriu no continente e ilhas
Pois todas merecem uma oportunidade..
De ele lhes poder roçar na boca... as virilhas!

A dona fiel do seu pensamento,
Não deverá demonstrar insegurança,
Deverá sempre sorrir de contentamento...
Sempre que em vez da "outra"... ele optar pelo seu próprio casamento.

Deverá lembrar se das vezes que ele diz:
Que ela é única e a que a ama de coração!
Pois a verdade dele estará no próprio pénis.
E no volume da sua erecção.









"Santo Graal"



Sei de cor do teu sorriso a fonética,
As formas do teu rosto quando o abraçam...
De uma sublime e tal elegância,
E demais forma poética.
                                                 
Eis o que guardo de ti:
Esse abraço quente e intenso,        
Memórias as quais quase sinto o sabor...
Que me aprisionam... infligindo-me mágoa e tamanha dor...

Se soubesses as saudades que por vezes me devoram...  
Do teu corpo de sabor a mar....      
Nos meus lábios húmidos....
O desfile do teu polegar.

Dos teus olhos cheios de mim...
Do desejo a fermentação...
Destilar e apurar o amor...
E consumi-lo sem moderação...
 
Pode ter sido meramente unilateral,
Mas agradeço-te cada segundo...
Foste o meu santo graal!
O meu tesouro escondido...
Amado património mundial.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

"Spam"



Poupa me das tuas atitudes cordiais,
Que são isentas de sinceridade...
Fatalismos se transformam em confronto com os meus ideais
Perda de esperança, sonhos destroçados, na ausência da verdade.

Peço te, não me toleres... por favor!
Não invoques obrigação para comigo teres de lidar...
Se não sobrou carinho, respeito ou admiração,
E em merda me transformei... Após  deixares de me amar!

Também eu não te amo da mesma forma!...
Mas confesso que te tenho na mais elevada consideração...
Porque ainda que não tenha resultado...
Tocaste me profundamente... como jamais outra alma tinha tocado...

E dói me!!! Essa tua falta de consciência alargada!
Deparar me com tamanha falta de sensibilidade!
Reparo que no fim...não aprendeste rigorosamente nada...
Alimentas a mágoa...a qual nunca superaste!

Não me forces a compreender,
Aquilo que o meu peito nunca ambicionou,
Nunca fiz questão de tentar esquecer,
O que de mais leal e puro nos aproximou.

Nada disto, diferentes de tantos outros nos tornam,
Devido a um frustrado amor vivido se repelem
E com a mesma arcaica desculpa...
Intensamente se odeiam!

Queres mesmo definitivamente morrer em mim?
E sem qualquer intentos amorosos...
Não seria mais misericordioso fim
o ressurgir da amizade... e recuperar nossos destroços??