Menina de cabelos negros
De sapato de boneca e saia rodada
Na mochila leva seus sonhos…
E na alma… pedra preciosa sem ser lapidada…
A noite cai… e é escondida em seu recanto…
Que as lágrimas lhe afogam o rosto… e lhe queimam a carne
Que em desespero suplica a morte…
Porque a vida… essa…jamais teve encanto…
Era o doce de sua mãe…
Pela fragilidade com que nascera…
Protecção eterna e amor incondicional ela prometera…
Mas…
Era no silêncio da tarde, nas ausências de sua mãe
Deixava de ser menina e forçada a ser mulher…
No meio de gritos de horror abafados…e jamais ouvidos…
Lhe levantava a pequena saia e com movimentos repetidos…
Lhe bebia a saliva e comia o seu espírito…
Desdenhava da sua impotência e fraca força,
De não conseguir fugir a tal tormento,
De um acto demasiado vil e jamais consentido…
Que lhe sugava a inocência,
Evocando lhe culpa sistemática…
- Porque me provocas - dizia,
- Porque gostas - retorquía,
- Porque não serás dos outros, sem que primeiro minha!
E os dias passaram…
Assim como os meses e os anos…
E esse tratamento nefasto, monstruoso, prevaleceu…
E a menina sem espírito e cuja honra roubada…
Essa menina… essa doce menina… morreu!…
Observações da autora:
Excepto os trabalhos que visam alertar para problemas sociais, e os quais são exactamente apenas isso, nenhum dos restantes são mensagens direccionadas para alguém... Salvo a mera e mais doce ou dura criatividade. Bella
Observações da autora:
Excepto os trabalhos que visam alertar para problemas sociais, e os quais são exactamente apenas isso, nenhum dos restantes são mensagens direccionadas para alguém... Salvo a mera e mais doce ou dura criatividade. Bella

